terça-feira, 10 de junho de 2008

Análise Musical - Eduardo e Mônica


Vamos fazer uma análise psiconeurótica de uma das letras da banda legião urbana.
logo no começo, o autor insinua que eduardo seja preguiçoso e indolente...

“eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar ficou deitado e viu que horas eram”

ao mesmo tempo em que tenta dar uma imagem forte e charmosa à mônica...

“enquanto mônica tomava um conhaque no outro canto da cidade, como eles disseram”

ora, isso ta acontecendo de manhã, eduardo só estaria fazendo sua obrigação: acordar.
já mônica é uma cachaceira profissional, pois já ta virando um conhaque antes do almoço!
mais à frente, russo desenha injustamente a personalidade de eduardo...

“festa estranha, com gente esquisita, eu não 'tou' legal, não agüento mais birita"

bom, "festa estranha" significa uma reunião de loucos atrás de qualquer bagulho para poderem fugir da realidade com a desculpa esfarrapada de que são contra o sistema.
o que mais ele podia fazer? teve que encher a cara pra agüentar aquele pesadelo.
o jovem eduardo não está familiarizado com a rotina traiçoeira do álcool. é um garoto puro e inocente, bem ao contrário de mônica, uma notória bêbada sem-vergonha do underground.
adiante, ficamos conhecendo o momento em que os dois protagonistas se encontraram...

“e a mônica riu, e quis saber um pouco mais sobre o boyzinho que tentava impressionar”

vamos por partes: em "e a mônica riu" nota-se uma atitude de pseudo-superioridade desumana de mônica para com eduardo. ela ri de um bêbado inexperiente!
é o máximo do preconceito leviano se referir ao singelo eduardo como "boyzinho".
não é verdade. Se ele fosse um playboy, ele não teria ido se encontrar com mônica de bicicleta, como consta na quarta estrofe...

“se encontraram então no parque da cidade a mônica de moto e o eduardo de camêlo”

se alguém aí age como boy, esta seria mônica, que vai ao encontro pilotando uma ameaçadora motocicleta.
na ocasião do seu primeiro encontro, vê mônica impor suas preferências, uma constante durante toda a letra...

“o eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a mônica queria ver o filme do godard”

atitude esta, nada democrática para quem se julga uma liberal. na verdade, mônica é o que se convencionou chamar de p.i.m.b.a. (pseudo intelectual metido à besta e associados), ou seja, alternativos, de all star e vestidos de preto em geral), que acham que todo filme americano é ruim e o que é bom mesmo é filme francês, preto e branco.
em seguida russo utiliza o eufemismo "menina" para se referir suavemente à mônica...

“o eduardo achou estranho, e melhor não comentar mas a menina tinha tinta no cabelo”

menina? pudim de cachaça. ainda há pouco vimos mônica virar um dreher na goela logo no café da manhã e ele ainda a chama de menina?
na seqüência, ficamos a par das opções culturais dos dois...

“ela gostava do bandeira e do bauhaus de van gogh e dos mutantes, de caetano e de rimbaud”

temos nesta lista um desfile de ícones dos p.i.m.b.a., muito usados por quem acha que pertence a uma falsa elite cultural. o sujeito mais normal dessa moçada aí cortou a orelha.
mais uma vez insinua-se que eduardo seja um imbecil acéfalo...

“e o eduardo gostava de novela e jogava futebol-de-botão com seu avô”

que adolescente de hoje costuma dar atenção a um idoso?
ele poderia estar jogando videogame com garotos de sua idade ou tentando espiar a empregada tomar banho pelo buraco da fechadura, mas não. preferia a companhia do avô em um prosaico jogo de botões!
é de tocar o coração...

“ela falava coisas sobre o planalto central também magia e meditação”

falava besteira, isso sim!
nesses assuntos esotéricos é onde se escondem os maiores picaretas do mundo.
porque não se pode provar absolutamente nada. vale tudo! é o samba do crioulo doido. e quem foi cair nessa conversa mole jogada por mônica? eduardo é claro, o bem intencionado de plantão. e ainda temos mais um achincalhe ao garoto...

“e o eduardo ainda tava no esquema: escola, cinema, clube, televisão"

o que o senhor renato russo queria? que o esquema fosse "bar da esquina, terreiro de macumba, sauna gay e delegacia"?? e qual é o problema de se ir a escola?!? agora temos os versos mais contraditórios de toda a letra...

“a mônica explicava pro eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar”

mais uma vez, aquela lengalenga esotérica que não leva a lugar algum.
vejamos: mônica trabalha na previsão do tempo? não.
mônica é geóloga? não.
mônica é professora de química? não.
a mônica é alguma aviadora? também não.
então que diabos uma motoqueira transviada pode ensinar sobre céu, terra, água e ar que um pernilongo não saiba? sempre à frente em tudo, mônica se forma quando eduardo, o eterno micróbio, consegue entrar na universidade...

“e ela se formou no mesmo mês que ele passou no vestibular”

por esse ritmo, quando eduardo conseguir o diploma, mônica deverá estar ganhando o seu oitavo prêmio nobel...

“só que nessas férias, não vão viajar porque o filhinho do eduardo tá de recuperação”

é interessante notar que é o filho do eduardo e não de mônica, que ficou de d.p.
em suma, puxou ao pai e é burro que nem uma porta.
o que realmente impressiona nesta letra é a presença de um homem que é retratado como sendo um simplório alienado que só é salvo de uma vida medíocre e previsível graças a uma mulher naturalmente evoluída e oriunda de uma cultura alternativa redentora.

Ouça a música para entender melhor!

2 comentários:

Anônimo disse...

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Adorei! Estou morrendo de rir!

Anônimo disse...

L.O.L ... rapaziada vcs são muito bons ... bastante criativos. Parabéns pelo blog.

Related Posts with Thumbnails
 
Copyright © 2010 Os Queridões | Design : Noyod.Com | Images : Bruno Bitencourt